Cantado Mil e quinhentas cabeças De gado selecionado Pro sertão de Mato Grosso Ia sendo transportado Preto velho era o cargueiro Criolo muito estimado Seu patrão era um menino Que cumpria seu destino No transporte do seu gado
Os dois seguiam na frente Pra poder domar o gado A boiada estourou Num recanto assombrado O garoto apavorou Foi um barulhão danado Naquela hora de agonia Do cavalo ele caía Pro gado ia ser pisado
Mas o peão preto velho Sentindo grande aflição Implorou seu protetor Caiu de joelho no chão Fez ali a sua prece Com seu berrante na mão Com os olhos no infinito Pediu a São Benedito A divina proteção
declamado "O meu poderoso santinho Estou pedindo a vós mecê Ajude o preto véio Esta batalha vencê Meu nobre sinhozinho Ele não pode morrê"
"Resplandeceu lá das alturas Um clarão tão deslumbrante Entre as centelhas celestiais Foi formando uma cruz brilhante E uma voz misteriosa Falou tão emocionante
Daqui do reino celeste Estou te ouvindo neste instante A sua fé foi profunda No momento delirante Seja forte, ó preto velho Pois repique o seu berrante"
cantado Com o toque do berrante O gado todo acalmou Olhando pro céu azul Toda a boiada parou O garoto bem depressa No seu cavalo amontou Vendo o milagre divino Salvando aquele menino O preto velho chorou
declamado "Obrigado meu Deus Obrigado São Benedito Meu sinhozinho está salvo Preto véio tá contente Obrigado Meu Senhor Muito obrigado Esse véio tá contente Obrigado, muito obrigado"
Compositor: Nivaldo Pedro da Silveira (Silveira) ECAD: Obra #1800790 Fonograma #1064636