Bem depois daquele sonho Lá na Serra dos Cristais Quando passou mais de um ano Eu mudei meus ideais
Me tornei um assassino Amigo dos marginais Atravessei Mato Grosso Pra voltar para Goiás
Cheguei em minha fazenda Junto com meu capataz Minha filhinha doente Meu desgosto foi demais
Estava desenganada Dos órgãos medicinais A minha esposa em delírio Chorava em tristes ais
!- “Minha filha, minha filhinha”
- “Tenho fortuna, tenho dinheiro Tanto dinheiro, tenho tudo É o mesmo que não ter nada Ao ver minha filha assim desenganada”
- “José, você se tornou um cruel Você hoje é um assassino Você tirou tantas vidas inocentes, José Medite um pouco, tudo isso pode ser castigo de Deus”
- “Não fale assim, mulher Deus, Deus não vem me ajudar Pra ganhar o pão eu tenho que trabalhar Que disparate, tu me irritas! Se minha filhar morrer é porque tinha de morrer Não fique repetindo: Deus, Deus!”
- “Você não acredita Mas essa imagem que está em minha mãos Vai salvar a minha filha E ela vai atender”
- “Capataz, tome essa imagem das mãos dessa cretina”
- “Já vai patrão, sua mulher está brava, hem? Já que o senhor mandou eu vou amassá-la É pra já”
- “Valei-me Santa Madalena”
- “Papai, mamãe Estou curada, estou curada Foi um milagre!”)
Ouvi o som de um berrante Sumindo na imensidão Vi minha filha curada E chorei de emoção
Ajoelhei soluçando À ela pedi perdão À rainha dos boiadeiros Da nossa grande nação
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositor: Marcos de Souza Salgado (Salgado) ECAD: Obra #11028563 Fonograma #2593633