Nestas noites olorosas Quando o mar, desfeito em rosas Se desfolha à lua cheia Lembra a ilha um ninho oculto Onde o amor celebra em culto Todo encanto que o rodeia Nos canteiros ondulantes As nereidas incessantes Abrem lírios ao luar A água em prece burburinha E em redor da capelinha vai rezando o verbo amar
Jardim de afetos Pombal de amores Humildes tetos De pescadores Se a lua brilha Que bem nos dá Amar na ilha de Paquetá
Pensamento de quem ama Hóstia azul, fervendo em chama Entre lábios separados Pensamento de quem ama Leva o meu radiograma Ao jardim dos namorados Onde é esse paraíso O caminho que idealizo Na ascensão para esse altar Paquetá é um céu profundo Que começa neste mundo Mas não sabe onde acabar
Sobre o mar de azul rendado Que é toalha de um noivado Surge a ilha - taça erguida E o luar - vinho dourado Enche a taça do passado Que embriaga a nossa vida! Ai, que filtro milagroso Para a mágoa e para o gozo Para a eterna inspiração! O luar, na mocidade Abre as rosas da saudade Dentro em nosso coração
Compositores: Carlos Alberto Ferreira Braga (Braguinha), Francisco Jose de Freire Junior (Freire Junior), Hermes Fontes, Porfirio Martins Costa ECAD: Obra #6065178 Fonograma #1096999