A multidão está pegando fogo (o fogo vai queimar) Tudo está pegando fogo Por que não aparece ninguém? Por que ninguém aparece
A multidão também está com fome (com fome ela está) O pão vem do trabalho do homem Precisa de trabalho e não tem A vida com trabalho é nobre
Vamos começar de novo (quem faz, o que faz, por que faz) Vamos vira esse jogo (quem cai, quem sai, quem vai) Vamos devolver em dobro (quem faz, o que faz, porque faz) Vamos remover o mofo (quem sai, quem vai, quem cai)
A multidão levanta a voz do povo (o povo quer cantar) Levanta a voz do povo Não adianta manipulação E não é por mal é pro bem Entre erros e acertos Sabemos porque lutamos Sabemos de que lado estamos, irmão Se não vai por bem, vai por mal
Essa é a situação
A multidão não quer papel de bobo (e o jogo vai virar) Ninguém aqui é bobo Nós vamos engatar esse trem A cada estória cantada A cada estória contada pelo canção Vamos embarcar nesse trem Ter coragem pra cantar Ter coragem pra cantar essa canção
Vamos relembrar em coro (quem faz, o que faz, por que faz) Feijão na mesa do almoço (sem mais, que tais, fico em paz) Ladrão vai para o calabouço (quem vai, quem sai, quem cai) Água limpa nesse poço E pede aos céus e a Oxalá coragem pra vencer Vencer esse dragão Dragão gigante da pura maldade e opressão Muitos tentarão e outros tantos tombarão Levante na verdade Enxergue a luz que vai além deste instante Na voz real que flui de cada habitante Nas ruas, nos becos, amotinados dançam E avançam pra bem longe do medo escravizante Comemore esse momento, nossa ação não será em vão
A multidão está na rua de novo (de novo ela está) A multidão toda ao redor do globo Vamos engatar esse trem Vamos embarcar nesse trem
Pra começar tudo de novo (quem faz, o que faz, por que faz) Vai envolver o mundo todo (quem vai, quem sai, quem cai) Lavar o chão, passar o rodo (quem sai quem vai, e quem cai) Não vamos afundar no lodo (quem faz, o que faz, por que faz)
Chega de sermos cidadãos esmagados Oprimidos e violentados pelo Estado Vampirizados pela maior parte da classe dominante Esse sim, os verdadeiros terroristas Que tudo fazem pra se manter no poder, numa guerra suja Enquanto a população real luta pra sobreviver Luta por uma dignidade mínima Querer existir, sem a respiração Presa, sem medo, ou seja Não queremos sobreviver, queremos viver
Se expressar não é crime, aceitar tudo, pacificamente Já não é mais possível Se a população não é ouvida A população tem que se fazer ouvir Se a população nunca foi respeitada Tá na hora de se fazer respeitar Somos todos seres humanos E não classes e subclasses de gente Chega dessa vida aparente Direitos e deveres todos temos Temos direito de soltar o grito Preso na garganta, amordaçado pelos opressores Lobos em pele de cordeiro Aqui quem fala é Bnegão, brasileiro Cidadão do mundo, transmitindo diretamente das ruas Do Rio de Janeiro
Compositores: Jose Fernando Gomes dos Reis (Nando Reis), Samuel Rosa de Alvarenga (Samuel Rosa) ECAD: Obra #10515406 Fonograma #6292461