Tirando uma rimas do armário armando meu novo cenário, amando meu próprio trabalho com convicção pra rasgar cartas marcadas nesse baralho
O homem é falho mulheres trazem marcas que doem pra caralho Desculpa mãe Nem sou de falar palavrão
Palavras caindo num vão E quem chama o nome de Deus em vão é porque não sabe que a senhora é muito ocupada
E eu te prometi, férias na Bahia que é pra compensar os banhos na bacia em tempos de dias tão quentes e de noites tão frias
Mas tudo o que eu tenho é conta na gaveta umas rimas guardadas na ponta da minha caneta e aquela vontade de vencer as tretas que começam na minha mente
Agora eu cresci, finalmente Entendi que o tempo não mente Passa e arrasta implacavelmente tudo e todos que vê pela frente
Os carro e as lente, os rolezin diferente Os boy sorridente, seu corpo docente seus papos fúteis, sua faculdade e seus pentes não foram feitos pra gente
E o que que cês querem da gente? Tiraram tudo da gente! Mas hoje eu ressurjo, leoa Savana é olho por olho e é dente por dente
Se um de nós cair, vai cair um de lá se um dos meus quer subir, ajudo a levantar e pões nós nos baile (Ó, ó) e põe nós nas foto (Ó, ó) O que que aqueles boy tão bebendo ali? Enche meu copo, enche meu copo e pões nós nos baile (Ó, ó) e põe nós nas foto (Ó, ó) O que que aqueles boy tão bebendo ali?
Meu preto vem, deita do meu lado fica calado, beija minha nuca Eu me arrepio, ele me abraça e eu suspiro Deus! Tô ficando maluca
Ele nem imagina, que eu tô a milhão na pista ideação terrorista Puta, quando ele me conta que tomou outro pulão dos policia
Morte aos racistas! beija minha boca e bebe os venenos que eu passo sozinha e me fala: calma, vai vendo pretinha a nossa união é política
E eu sinto paz no caos de não saber quando entra o próximo cachê Mantendo o equilíbrio onde papo de carteira e calcinha já virou clichê
Quase cinco anos entre xerox e lanche e eu ainda contando moeda dando pulão nos balai pra estudar e contrariar quem contava com a queda
Vou construir vitória com vibranium por mim e por todo bom Wakandano Erguer do tombo, novo quilombo nosso orgulho nos versos que eu canto
Se um de nós cair, vai cair um de lá se um dos meus quer subir, ajudo a levantar e pões nós nos baile (Ó, ó) e põe nós nas foto (Ó, ó) O que que aqueles boy tão bebendo ali? Enche meu copo, enche meu copo e pões nós nos baile (Ó, ó) e põe nós nas foto (Ó, ó) O que que aqueles boy tão bebendo ali?
Vizinhança ainda é do barulho rolê de respeito por esse bagulho Uma Dose de sonho eu trouxe do subúrbio pra minha sobrinha cantar com orgulho
Lutei, não dormi no barulho cavei, poços no meio do entulho fugi do que tinham pra mim no futuro tracei minhas rotas, quebrando seus muros
Fugi do que tinham pra mim no futuro tracei minhas rotas, quebrando seus muros (Fugi, eu fugi... eu fugi...)
e pões nós nos baile (Ó, ó) e põe nós nas foto (Ó, ó) O que que aqueles boy tão bebendo ali? Enche meu copo, enche meu copo e pões nós nos baile (Ó, ó) e põe nós nas foto (Ó, ó) O que que aqueles boy tão bebendo ali?
Compositor: Tamara Mangabeira Franklin (Tamara Franklin) ECAD: Obra #38749539 Fonograma #21860819