São José do Rio Preto Há vinte ano que passou O seu Oscar Bernardino Com a boiada ele viajou Num transporte à Mato Grosso Na comitiva levou Um fio de criação Que na lida ele ensinou No seu arreio de prata Que no rodeio ganhou O menino ia garboso No potro que ele amansou
Aquele arreio de prata Mais do que tudo estimava Era no dia de gala Que em Rio Preto ele usava Nesta viagem, seu Oscar Pros peão recomendava Vocês zela do peãozinho Que esta boiada é brava O menino de ponteiro O berrante arrepicava O Itamar e o Tiãozinho De perto lhe vigiava
A mania do menino Seu Oscar sempre alembrava Na hora do reboliço Com a vida não contava E foi lá no pantanar Quando ninguém se esperava Uma onça traiçoeira Numa rês ela sartava A boiada deu um estouro Que o sertão se abalava Parecia que o mundo Nesta hora se acabava
Os ares do campo virgem Cheirava chifre queimado O menino dando grito Por tentá segurá o gado A barrigueira partiu Do cavalo foi jogado Nos cascos dos cuiabano Pelo campo foi pisado Quando a boiada passou Viram o peãozinho estirado Com seu arreio de prata Tava morto abraçado
Seu Oscar se arreclamava Minha alegria acabou Pegando o arreio de prata Pro Antônio ele falou Este arreio é do menino Deixe com ele, por favor Na sombra de um angiqueiro Uma cruzinha ele fincou E na cruz pôs um letreiro Aqui jaz um domador Que apesar da pouca idade Bem poucos homem igualou
Compositores: Teddy Vieira Azevedo (Teddy Vieira), Mario Olimpio da Silva (Mario Bernardino), Roque Jose de Almeida ECAD: Obra #3154261