Nesse quarto escuro Tento achar o seu corpo Você dorme sorrindo
Nesse um quarto de vida Entidades evocam Melodias
Nas sombras dos arvoredos Vivem mil cabeças cortadas
E a vontade de crescer na hora errada é também
Sinceridade Paz e delírio
Nessa nave plantada no chão de terra
Perplexidade Pavor
Guerras pelos quatro cantos do mundo Guerras pelos quatro cantos do mundo
E ainda cabe um pouco de poesia E fé no sol
Olhos nos olhos e miro no fundo da alma dos loucos
Palmas pra quem tiver a manha de colar também Palmas pra quem tiver a manha de colar também Nesse terreiro
Passo os dias dançando nu pela casa Cheirando o que vier na telha
Gauche e galírio Perdidos na noite Vapor
Ben no espaço Motores sagrados Ascensão
Cantem as sombras e sobretudo Cantem a terra e o mar
Falem o que Quiserem de mim
Vou pra morrer Vou Vou Vou sim
Vou pra morrer Vou Vou Vou sim
Nesse temporal de likes, coffe and breaking you Não tenho que escutar hoje Que eu não tenho mais as moral Que eu tive no passado De fazer canções assim Tão deslumbrantes
Canto o delírio coletivo dos raros que já não estão mais aqui
Canto As dores Amores E os medos
Templos Falando Comigo Sem medo
Grito Assombros Meus medos não são seus
Quando eu abro a primeira Abro a segunda Abro a terceira E vou brindar com os meus exus
Vivo as melodias e o amor Dessas crianças Desses errantes Desses destemidos Que vivem a margem A beira do abismo Mais lindo
São delirantes São coloridos Povos que vivem um outro sentido
Estamirantes Estamirados Estamirar Vem comigo
Voz de menina Voz de menino Vozes que me incendeiam os ouvidos
Transem Transem Transem
Me tragam os cantos Dos pássaros loucos Da boemia toda Boemia toda
E venha Venha Deite comigo E deixe tudo pra trás Quando a flauta apenas soar
Voraz Voraz
Compositor: Octavio Francisco de Paula Neto (Tata Aeroplano) ECAD: Obra #20539532 Fonograma #16554000