Quanta saudade de um berrante repicando Amadrinhando uma boiada no estradão Ver a poeira formar nuvens no espaço Sentir cansaço do troteio de um pagão
Sentir o gosto da comida boiadeira A costumeira carne seca no feijão Levar a vida sem paredes, sem telhado Tocando o gado nas estradas do sertão
Ei, ei boi! Toque o berrante boiadeiro Ei boi!
Na despedida uma cabocla na janela Coisa tão bela igual a flor do amanhecer Lá bem distante conversar com a saudade Sentir vontade de voltar para lhe ver
Tingir a roupa com poeira da estrada Lá na pousada ouvir o gado remoer Armar a rede nos esteios do galpão Na escuridão se balançando adormecer
Ei, ei boi! Toque o berrante boiadeiro Ei boi!
Fui boiadeiro por gostar da profissão O estradão foi o meu mundo colorido Cada viagem uma história pra contar A cavalgar pelos rincões desconhecidos
Sem comitiva, sem berrante, sem boiada Por outra estrada solitário agora eu sigo Não sei aonde colocar tanta saudade Felicidade já não vive mais comigo
Ei, ei boi! Toque o berrante boiadeiro Ei boi!
Compositores: Jose Nir dos Santos (J.dos Santos), Manoel Nunes Pereira (Peao Carreiro) ECAD: Obra #13594 Fonograma #5519