Taviano e Tavares
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Velho Pouso de Boiada

Taviano e Tavares


Numa tardinha
Fui andando por aí
Coincidiu que descobri
Pedacinhos de saudade
Tudo igualzinho
A um retrato descorado
Num cenário amarrotado
Pelo avanço da cidade

A figueirona
Com seu tronco já ferido
Pelo golpe desferido
De um machado sem amor
Condenada
Sem direito a julgamento
Vai tombar qualquer momento
Pelas mãos de um malfeitor

Memorizando
Minha vida já passada
Recordei naquele instante
Um velho pouso de boiada

E ali mesmo
Encontrei só um pedaço
Do que um dia foi um laço
De um habilidoso peão
E da baldrana
As pequenas margaridas
Igual estrelas caídas
Espalhadas pelo chão

E do lombilho
Tropecei num velho caco
O farrapo de um guanaco
Que um dia foi chapéu
Som de viola
Explodiam pelo ar
Parecendo anunciar
Um fandango lá no céu

Memorizando
Minha vida já passada
Recordei naquele instante
Um velho pouso de boiada

Resto de cerca
Que já foi de algum potreiro
A armação de um cargueiro
E uma trempa enferrujada
E num palanque
Velho tronco de ipê
A inscrição que a gente lê
"Velho Pouso de Boiada"

Num sonho louco
Retornei à mocidade
E ruminando a saudade
Até alta madrugada
Juro por Deus
Que chorei naquele instante
Quando ouvi som de berrante
Despertando a peonada

Memorizando
Minha vida já passada
Recordei naquele instante
Um velho pouso de boiada

Compositores: Osvaldo Franco (Dino Franco), Elias Costa de Andrade (Indio Vago)
ECAD: Obra #27927 Fonograma #1038598

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