As minhas canções inacabadas Vão ficar feito folhas no vento Cruzes na beira da estrada Quando cessar em mim A energia, o movimento Mais do que cruzes, pousada Mais do que abrigo, alimento De uma aventura desenfreada Da minha breve estada Os melhores momentos Melhores porque tendo ritmo Não têm da forma o cimento Enveredam por muitos caminhos Mas só voam o céu secreto que eu invento A minha vida se faz completa Nem bem o sol levanta Se com ajuda do meu verso No fundo do tempo uma pessoa já canta Viajante não lhes peça nada Além de esperança e alento São folhas, são cadernos, são palavras São indecifráveis madrugadas Deixe-as seguir no vento Eu tentei ser um homem simples Mas meu coração foi vagabundo Eu era muito moço quando joguei minha vida na estrada Pelo claro cristal da rima revirei o mundo E vi meus companheiros morrendo no caminho Eu vivi nos piores anos da repressão É quanto custa a doçura que tenho Quanto me vale tecer a palha de uma canção Viajante não lhes peça nada Além de esperança e alento São folhas, são cadernos, são palavras São indecifráveis madrugadas Deixe-as seguir no vento
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Compositores: Otavio Augusto Pinto de Moura (Tavinho Moura), Ronaldo Bastos Ribeiro (Ronaldo Bastos) ECAD: Obra #10875215 Fonograma #11853036