Num bar em Ribeirão Preto Vi com meus olhos esta passagem Quando a champanha corria a rodo, Nas altas rodas da granfinagem Nisso chegou um peão, Trazendo, na testa, o pó da viagem Pediu uma pinga para o garção Que era para rebatê a friagem Levantou um almofadinha Falou pro dono: - Não tenho fé, Quando um caboclo que não se enxerga Num lugá desse vem pôr os pés O senhor dono da casa, não deixe entrar Um homem qualquer, principalmente, nesta ocasião Que está presente o Rei do Café Foi uma salva de palmas gritaram Vivas pro fazendeiro que tem Milhões de pé de café Por este rico chão brasileiro O seu nome é conhecido Lá no mercado do estrangeiro Portanto, veja que este ambiente Não é pra qualquer tipo rampeiro Num modo muito cortês respondeu O peão pra rapaziada: - Esta riqueza não me assusta, Topo e aposto qualquer parada Cada pé do seu café, eu amarro Um boi da minha boiada Pra vocês tudo, eu agaranto Que ainda me sobra Boi, na invernada Foi um silêncio profundo O peão deixou o povo Mais pasmado Pagando a pinga com mil cruzeiro Disse ao garção pra guardá o trocado Quem quiser saber meu nome Que não se faça de rogado É só chegar lá, em Andradina E perguntar pelo Rei do Gado