Eu fui convidado um dia pra laçar um boi perigoso Um zebu da cauda fina na estância do seu Fragoso A carta desafiava um laçador corajoso Porque o boi roubou a fama de outros peão famoso Só faltava a minha fama por boi derrubar na grama Eu dei um pulo da cama e fui laçar o boi barroso
Cheguei na estância de noite e por lá fiquei de pouso Passei a noite sonhando com o tal boi cabuloso Quando foi no outro dia quase que fiquei nervoso Quando ouvi a peonada me chamar de aventuroso O povo da redondeza veio ver minha proeza E disseram é com certeza vais perder pro boi barroso
Não liguei pros faladores sou calmo e cauteloso Fui encilhar meu cavalo que tem nome de mimoso Chamei meus quatro cachorros pra pegar são venenosos E fui tirar o boi do mato ainda estava serenoso Os cães pro mato se foi por lá bateram no boi Credo em cruz Deus me perdoe era o diabo boi barroso
Enveredou pro meu lado que parecia um tinhoso Sorrindo abri meu cavalo não achei muito custoso Passou-se por mim correndo aquele boi malicioso Meu laço de treze braça espichou despretensioso Ainda estiquei o braço tiniu a argola de aço Senti na ponta do laço as guampas do boi barroso
Gritei pro dono da estância tá seguro o boi teimoso Disse leva pro palanque e sangra este boi fogoso Eu mesmo assei o churrasco e reparti com os curioso Levei o coro pra mim o meu prêmio vitorioso Botei o coro na estaca fiz um laço e uma guaiaca E uma bainha pra faca que matou o boi barroso
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #755858 Fonograma #482469