Adeus, gaúcha querida, eu disse quando parti, Estava clareando o dia, dela eu me despedi. Toquei a espora no pingo, e pela estrada sai, Na grama verde orvaiada, cantava uma juriti. Chapiei meu chapéu preto, com a juriti fiz dueto
Adeus, terra onde nasci. Adeus, adeus, adeus terra onde nasci Adeus, adeus, chorando me despedi
Quando cruzei na divisa fiquei mais aborrecido Senti que estava pisando num Estado desconhecido Olhei pra trais e acenei pra terra onde eu foi nascido Meu cavalo relinchou, suspirei e dei um gemido Sofrendo igual o seu dono por deixar no abandono Nosso Rio Grande querido
Tive dó do meu cavalo que sofria sem razão Tirei o arreio de cima e soltei meu alazão Dei um tapa sobre a anca voltei pro nosso rincão Não tem culpa se o dono sofre a desilusão Aí eu segui para frente, chorando pranto dolente Da triste separação
Agora conto por que deixei a terra querida A gaúcha que eu amo já era comprometida Pra não morrer não matar ela fez a despedida Sei que também era amado ela chorou na partida Ainda amo e não nego, faz treis ano que eu carrego Esse desgosto na vida.
por nelson de campos
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #82931 Fonograma #1034394