(“Alô meu querido Nordeste
Alô querido Norte do Brasil
Alô Rio Grande do Sul
São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília
Esse é o xote da minha terra
Que eu quero oferecer para vocês
Alô Luiz Gonzaga do norte
Pedro Raimundo do sul
É o Teixeirinha que canta pra vocês”)

A minha história é muito curta, minha gente
Em poucos versos conto tudo que se passa
Mas é preciso que se saiba unicamente
Que não há nada que eu queira fazer e não faça

Fui convidado pra tocar minha sanfona
Numa festança lá pra banda da Faxina
Foi lá então que eu conheci uma certa dona
Juro por Deus que era bonita aquela china

Aai, Rio Grande
Ai que saudade dos bailes lá do galpão
Aai, Rio Grande
Esta saudade amarga mais que o chimarrão

(“E amarga, amarga mesmo de verdade
Mas eu vou fazendo ficar doce
Lembrando dos meus amigos do Rio Grande
Alô Ulisses do Osório Porto
Viva o Paim do Trinta e Cinco
Vai um xote pra vocês também
Aah! Balanceia a gaita Mary Terezinha! ”)

Gaúcho velho que nem eu criado as bruta
Que não se redá nas maneias do amor
Não sei como é que o coração deste batuta
Caiu no pealo deste anjo encantador

Lá pelas tantas encilhei meu alazão
De légua em légua ele faz iupa, iupa!
Enquanto a turma churrasqueava no galpão
Eu levantei aquela china na garupa

Aai, Rio Grande
Ai que saudade dos bailes lá do galpão
Aai, Rio Grande
Esta saudade amarga mais que o chimarrão

(“Eh! Rio Grande, é o xote da minha terra
Também quero lembrar as prendas bonitas do meu pago”)

E quando a turma derem falta de nós dois
Eu ia indo há mais de meia viagem
Eu sou gaúcho que não deixa pra depois
Levei a china na raça, peito e coragem

E hoje em dia sou um gaúcho folgazão
Na minha terra no alto da Vacaria
Agora eu tenho quem me encha o chimarrão
Pela tardinha no bater da Ave-Maria

Aai, Rio Grande
Ai que saudade dos bailes lá do galpão
Aai, Rio Grande
Esta saudade amarga mais que o chimarrão

(“Tá na hora de arrematar
Mas antes um gritinho pra Passo Fundo
Lalau Miranda, Oscar Vieira
Toda aquela gauchada de lá vai aquele abraço apertado
Eh! Porto Alegre, um, dois, três, tchá! ”)

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)