Eu tenho uma moreninha Um lindo brotinho conto pra vocês Por causa dos cabeludos já escondi ela até no xadrez Um deles muito intrometido quis conquistar ela Proposta ele fez Eu apelei pra Ogum, sarava pra ti Cutufum três vezes “Vai meu irmão vai em frente sai da linha”
Esses dias ela saiu na rua Passou um cabeludo a duzentos por hora Travou o seu calhambeque Saiu do asfalto derrapou lá fora Tirou os cabelos dos olhos Disse pro meu broto é uma brasa mora Meu santo baixou ali Sarava pra ti cutufum vai embora “Essa não é tua terreira meu irmão vai baixar em outro lugar”
Eu tenho ciúmes dela Porque a moreninha é gostosa de mais Um velho de setenta anos Viu o meu brotinho quis bancar o rapaz A dez por hora na sua lambreta É uma brasa fria que não queima mais Chamei o Ogum ligeirinho Sarava velhinho vovô não dá mais “Que isso vovô seu tempo já passou Sai da encruzilhada”
A moreninha jinga a cinturinha Quando ela passa todos ficam olhando Até o guarda lá da sinaleira Erra o seu controle e fica só manjando Ela me vê e corre pro meu lado Todo enciumado fico criticando Carrego ela pra casa Eu também sou brasa que ainda está queimando “Nem me botando água eu não me apago”
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #648015 Fonograma #1035139