Pobre moça Vou fazer você chorar ao me ouvir Sua dor Nesse tango com você irei sentir Pobre moça Quem sou eu para fazer você sorrir Suas chagas são antigas no seu peito Ninguém pode lhe privar deste direito De chorar pelo amor que viu partir
Abraçada na lembrança do ingrato Com os anos vieram a rugas do seu rosto É casada simplesmente com o retrato Do malvado que lhe deu tanto desgosto Pobre moça, diz que hoje é chá de pêra E as sobrinhas ela cuida até casar Ela finge que é feliz sendo solteira Mas se esconde pra ninguém lhe ver chorar
Pobre moça Não desama nunca mais quem sempre amou E ela sabe Que o ingrato há muito tempo já casou Pobre moça Outro moço pra casar não procurou Não supera a tristeza e a saudade E com isso foi embora a mocidade E as quarenta primaveras já chegou
Pobre moça Já não tem mais a meiguice Só se encanta um retrato desbotado Faz ainda o papel da meninice Não esquece seu antigo namorado Pobre moça Merecia melhor sorte Sua dor já está doendo em mim De lembrança viverá até a morte Seu romance não tem a palavra fim
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #1796487