Vou falar naturalmente de tudo que é natural Da linha de partida até o final dessa fase Se estou bem perto, então, digo "quase" A levada é bem-feita Minha rima é problema, eu entro em cena Viajo na base A construção dos meus versos tira a dúvida A segunda rima com a terceira e a primeira com a última
Exemplo: use bem o papel e caneta Olhe pra mim, pequeno aprendiz Aqui é muita treta Se você não entendeu, tudo bem, sem complexo É só tomar cuidado pra não escrever coisa sem nexo Como tenho escutado por aí Querendo destruir meus ouvidos mas não vão conseguir Pra cada mil versos ruins que me oferecem Eu tenho um milhão de versos bons pra distribuir A noite rolo na cama. alguma coisa dentro de mim reclama Muitos rappers não estão nem aí pra comunidade Só querem dinheiro e fama Sobem no palco, falam um monte de besteira Sem nenhuma informação ou malícia provoca A polícia desce e se enfia no meio da multidão Aí vem os home pra cima do povo com o cacetete na mão Não foi uma atitude muito consciente A denúncia tem que ser feita de maneira inteligente Mas voltando ao assunto das rimas Pegando pesado, não faço firula, uso sextilhas Não imaginas o trabalho que dá usar a tática Fazer enfática cada sílaba, abro caminho na era espacial Com microfone a laser, o gringo me vê no palco Diz que sou crazy Mandei a rima com bambaata e soul sonic force Mais que nunca em minhas veias está o hip hop Com muito break, grafite, beat box, mc, scratch
Deixo para os limitados o tal movimento rap Que particularmente pra mim não quer dizer nada Encaro qualquer um desses rapperzinhos aí numa batalha Eu tô na área Meu corpo continua fechado, sou doido varrido Ando pela rua sem rumo feito um aloprado Meu rádio é meu companheiro nas horas de silêncio Desafio seu intelecto enquanto penso Valentia em demasia é o que eu dispenso Uso bom senso, sim Porque puxar o cano e apertar o gatilho é fácil O difícil é fazer um verso no improviso assim como eu faço E no compasso eu te pergunto como é que fica? Você pode não segurar a onda, ignorar, e eu não quero briga não tenho limite e se você insiste, te jogo Conquiste a chance de me vencer ou coma na minha mão passarinho sem asa nunca vai sair do chão Mantenha o bico calado se for apenas pra falar palavrão Pregamos a união entre irmãos e irmãs Mesmo que o negócio deles seja cavaco e tantãs Periferia, maioria: esse é nosso lema Um salve para a casa de hip hop canhema, diadema Onde a comunidade aprende o que é arte de verdade B. boys e b. girls fazendo sua parte Se levanto a mão, domino a atenção de todo mundo Não tire os olhos de mim nem por um segundo Porque vou fundo Eu sou assim Hipnotizante como o boogie do marcelinho back spin Preciso como banks fazendo 1990 Achou fácil minha rima? então, tenta me tirar da jogada Já não tenho supermercado de idéia Pra não vender conversa fiada Quando ouço rap malfeito viro fera Sou produto original,100% feito na favela Não gosto de patifaria, não faço parte dela Lendário como nino brown, nelson triunfo, dj hum Orgulho literário nascido na zona sul Sou uma arma apontada pra fora, tipo cuba Na procura de um alvo, nem patriota me derruba
Zulu é minha doutrina,sou parte integrante da arte, Mc impiedoso, contra todo rapper de araque Que produz rimas tão infantis que até cheiram a talco Se não gostou da minha idéia, então vem pro palco Movimento rap não existe Infelizmente muita gente insiste em dizer que sim Não falo pra alguns, falo pra muitos e tal Dos falsos mcs sou o carrasco, com minha fúria verbal
Refrão (8 x)
Diga como é que manda a rima
Compositores: Altair Goncalves (Thaide), Humberto Martins de Arruda (Dj Hum) ECAD: Obra #748212