Dizem que sou um cara muito chato Desconfiado, acostumado a vencer pelo cansaço Tenho 32, me sinto muito bem Quero que muitos cheguem e passem Dos 32, também Baseado em fatos que eu mesmo vivi Prefiro ficar sossegado Pelo menos assim adianto o meu Sem atrasar o dos outros Muitos se deixam levar quando estão no sufoco Sonham que estão no mar de rosas Quando acordam, percebem que estão no fundo do poço Com a corda no pescoço, sangue no olho Chega chegando, lei da sobrevivência A causa principal de toda essa violência Pra usar uma arma, não precisa experiência E pra resolver na conversa, não existe paciência Muita gente de valor desapareceu De lá pra cá, quem sobrou você, eu... Quem apanha não se esquece de quem bateu E foi assim que muita gente morreu
Refrão A gente vive uma vez só Sei que está numa pior Se não quiser me ouvir Até mais
A gente vive uma vez só, sei que está numa pior Pode ir daí que eu vou daqui Siga o seu caminho em paz A firma é grande, tem vários funcionários Contabilidade, o acerto do lucro diário Nenhuma das partes pode quebrar o tratado Daqui pra baixo é seu, daqui pra cima é meu lado O respeito do limite pode evitar as tretas
No patente, heliópolis ou na ponte preta Mas em todo lugar tem sempre um otário que deixa furo Malandro demais querendo levar rapaziada pra grupo Compra de 10 (dez), olha pro lado, põe 5 (cinco) no bolso Compra pros outros, fica com tudo! esse cara é louco! Pensa que dificilmente, ou nunca, vai se dar mal Dinheiro na fita e as minas só pagando um pau Chega no gueto, cheio de coisa e tal Escorrega, cai, e acaba na horizontal A primeira faz pá! A segunda faz bum! E pã, pã, pã, pã... lá se foi mais um Em boca fechada, não entra mosca Já diz velho ditado: jacaré que dorme vira bolsa Daí me perguntam o que aconteceu Então, respondo: "foi assim que muita gente morreu"
Refrão
Somos empurrados de encontro ao abismo da miséria A esperança em dias melhores já era! Ainda mais quando é perto do natal Infelizmente é quase sempre tudo igual Bate o sino pequenino, sino de belém Já nasceu o deus-menino para o nosso bem Emprego não tem e muitos entram em desespero E o preto pobre é quem se ferra primeiro Crianças reviram o lixo tentando sobreviver Quinhentos anos de extermínio, comemorar o quê? Querem que eu pense que sou a doença do mundo E saia por aí pro tudo ou nada, de arma em punho Pegando o que não é meu. mas isso eu não faço Eu tô aqui pra vencer e não pra ser um fracasso Eu vou lutar incansável,todos os dias Meu povo não merece tanta covardia Não dê bola pra derrota, minha irmã, meu irmão Se afaste de tudo que é ruim Não encomende seu caixão Os que controlam o país querem te ver no chão! Te jogar e deixar trancado, pra sempre, numa prisão
Vão te chamar de ladrão! vai dormir no chão, sem colchão enquanto escolhem sua condenação Só depois você vai perceber que não percebeu Que foi assim que muita gente morreu
Refrão
Compositores: Altair Goncalves (Thaide), Humberto Martins de Arruda (Dj Hum), Cristiano Natalino (Lino Crizz) ECAD: Obra #748267 Fonograma #5620795