Quando caminhas, e o sol Aponta pro teu rosto Chumba os olhos Trunca a língua Te desmonta Mas o embalo, o rebolado habitual Já desafia o novo dia que desponta Pode-se ver que nada mais és que uma cabra tonta Dá para ouvir tua voz dizer: Sou a cabra tonta!
Quando, maluca, pela madrugada É outro teu nome Despes a nuca, no catre és tombada Entre o ouro e a fome Enquanto fumas e finges E nunca passa a hora Dá pra entrar numas De como pareces com Nossa Senhora Depois de algumas Como pareces com Nossa Senhora!
Sombras, partículas de seres Sob a luz avessa Caras encarnam sem quereres Na tua cabeça
Quando embestas de umbigo à mostra Os homens te prestam benefícios Te bancam os vícios Te fazem a festa Te abrem a porta Depois, um precipício resta dentro em ti Tudo tropeça ali Despenca ali Se entorta Pela manhã, já não terás onde cair morta Recordarás que esta cidade não te suporta
Sombras, partículas de seres Sob a luz avessa Caras encarnam sem quereres Na tua cabeça
Quando caminhas e o sol E o sol e o sol e o sol e
Compositor: Thiago Mattos dos Santos Amud (Thiago Amud) ECAD: Obra #19521994 Fonograma #1555259