O fim da alegria, do samba, da ginga, Da festa, do chopp, do bar, da esquina, Do fut. domingo, da mulher com filho, Do beijo de sorte, de um pulo no rio. Da pedra, do peixe, da água fresquinha. Do sol nascendo e o de meio dia.
No tiro da bomba do fim do mundo. No dia da morte de todo o mundo.
O fim da família, da mãe e da tia, Do primo, da prima, do avô, da sobrinha Do neto ou bisneto, da avó, de outra tia Do pai do irmão, do filho da filha, Do amigo inimigo, do desconhecido, Da amante sarada com filho no umbigo.
No tiro da bomba do fim do mundo. No dia da morte de todo o mundo.
O fim da ciência, da filosofia, Da astronomia, da astrologia, Da biologia, das ideologias, Do capitalismo e do comunismo. Do homem que pensa, do homem que luta. Do homem que sonha e ir para a lua.
No tiro da bomba do fim do mundo. No dia da morte de todo o mundo.
O fim da doença, da morte, da crença, Da guerra do homem, do que sai na prensa E do presidente e de gente sem dente, Que morre de fome na frente da gente. Do tiro atirado do policial, Das mortes lentas e do hospital.
No tiro da bomba do fim do mundo. No dia da morte de todo o mundo.
O fim da tortura, o fim da usura, O fim das mentiras que causam tonturas, O fim do estupro, mental/corporal, Da obsessão pelo órgão genital. De tudo criado da mente que mente, De tudo que veio da mente da gente. Brindamos ao estouro do fim do mundo Cantamos a morte de todo mundo.