Carola era uma moça muito fina no vestir De só comprar na gringa fez seu pai vir a falir Quando ele faliu e entregou os pontos A moça com descontos Concedeu logo a Samir
Samir, que era filho de Salim previa não Que aquela cara moça iria lhe custar um rim E logo, de antemão, pegou a promoção Dizendo: Porque não? Sem mensurar seu triste fim
Não escutou os conselhos do pai Que dizia ao rapaz Tal beleza não põe mesa Aliás, tú és mera presa Dessa, que com tua pele fará Um belo casaco pra esquentar E das partes lá debaixo nem te conto O que ela há de aproveitar
Samir ignorou a profecia e ali Uma triste novela começou logo por si Mocinho, sem mocinha Casado com a vilã Que em pele de cordeiro Comia o moço inteiro com maçã
Passando muito mais que o necessário foi depois Que a carne desse pato então Carola esfolou Virou-se meretriz, comprou casa em Paris Tornou-se conhecida e foi feliz
Comprou uma Ferrari pro irmão Vagabundo assumido Que, somente, por ser filho de alemão A disse preferir Mercedes Benz O que ela comprou com os bens Adquiridos do marido
Rua Serrano e Quinta Avenida Eram sempre as preferidas Mas não pôde se conter Na Oscar Freire e Oxford Street Fez cada celulite Quase desaparecer Tal como seu dinheiro Pela Champs-Elisées
Perdeu tanto em Las Vegas quando, apostando às cegas Foi obrigada a dar, então, de forma a garantir Como eu tinha falado de modo não figurado Um rim do, então, coitado Hoje todo estrepado Seu maridinho Samir
O que restou não tem mais jeito Me obrigo a lhe dizer Como o que, apesar de intacto Já não causa mais impacto A moça alguma que ele Tenta dar algum prazer
Por relembrar Carola, a cada ai O medo que o assola Só faz lembrar seu pai Que disse lá no início Que ele ia pagar tão caro A agora sequer falo De nada ele dispõe mais
Compositores: Thiago Rodrigues Miranda (Thiago Miranda), Luiz Claudio Ribeiro (Cacaudio) ECAD: Obra #31906039 Fonograma #16988104