Você talvez não conhece o veneno que as cobras têm, Pois elas quando dá o bote balança o guizo também, A cascavel, traiçoeira quando ela quer se vingar, Balança o guizo contente na hora dela pegar; A urutú é perigosa, de ruim não se manifesta É cobra tão venenosa que traz uma cruz na testa Jaracuçu Deus nos livre quando ele chega a picar Deixa o sinal de seus dentes e a cicatriz no lugar; Mas eu lhe digo a verdade, por cobra eu já fui picado; Por cascavel, caninana e urutú este malvado; De todas já me livrei desse veneno amargura Existe um contra veneno por isso tudo se cura; Mas tem uma cobra do mato cabocla lá do sertão Que traz veneno nos olhos e ataca no coração Dessa uma vez fui picado, um dia só por maldade Que ainda trago o veneno, na cicatriz da saudade
Já vai fazer quase um ano Que eu deixei o meu sertão Por um veneno dos olhos Que atingiu o meu coração
Uma cabocla do mato Que tanto mal tem me feito Uma olhada me deu Foi um veneno perfeito
Esta cobra venenosa Cobra em forma de gente Talvez a mais perigosa Pode matar de repente
Procurei tantos remédios Andei por toda cidade Mas qual o que não existe Nada que cure a saudade
Agora vou repetir A história mais dolorosa Essa cabocla do mato É a cobra mais venenosa
Compositores: Joao Baptista da Silva (Joao Pacifico), Raul Montes Torres (Raul Torres) ECAD: Obra #30444 Fonograma #3257474