Tião Carreiro e Pardinho

Cobra Venenosa

Tião Carreiro e Pardinho

Felicidade


Você talvez não conhece o veneno que as cobras têm,
Pois elas quando dá o bote balança o guizo também,
A cascavel, traiçoeira quando ela quer se vingar,
Balança o guizo contente na hora dela pegar;
A urutú é perigosa, de ruim não se manifesta
É cobra tão venenosa que traz uma cruz na testa
Jaracuçu Deus nos livre quando ele chega a picar
Deixa o sinal de seus dentes e a cicatriz no lugar;
Mas eu lhe digo a verdade, por cobra eu já fui picado;
Por cascavel, caninana e urutú este malvado;
De todas já me livrei desse veneno amargura
Existe um contra veneno por isso tudo se cura;
Mas tem uma cobra do mato cabocla lá do sertão
Que traz veneno nos olhos e ataca no coração
Dessa uma vez fui picado, um dia só por maldade
Que ainda trago o veneno, na cicatriz da saudade


Já vai fazer quase um ano
Que eu deixei o meu sertão
Por um veneno dos olhos
Que atingiu o meu coração

Uma cabocla do mato
Que tanto mal tem me feito
Uma olhada me deu
Foi um veneno perfeito

Esta cobra venenosa
Cobra em forma de gente
Talvez a mais perigosa
Pode matar de repente

Procurei tantos remédios
Andei por toda cidade
Mas qual o que não existe
Nada que cure a saudade

Agora vou repetir
A história mais dolorosa
Essa cabocla do mato
É a cobra mais venenosa

Compositores: Joao Baptista da Silva (Joao Pacifico), Raul Montes Torres (Raul Torres)
ECAD: Obra #30444 Fonograma #3257474

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