Tião Carreiro e Pardinho

Preto Fugido

Tião Carreiro e Pardinho

Boi Soberano


Do jeito que me contaram eu vou contar bem direitinho
Ai que um dia o pai de suzana saiu passear no vizinho
Suzana ficou em casa companheiro um irmãozinho
Um preto tava sondando de dentro de um capãozinho
Proveito à oportunidade roubou a pobre mocinha
O preto disse a suzana vejam todos os teus vestidos
Bem depressa bem ligeiro que o momento está vencido
Que de hoje por diante eu vou ser vosso marido
A suzana vendo isso dava suspiro doído
Ela se viu obrigado acompanhar o preto fugido
Suzana se viu no aperto ai no momento ela pensou
Ai pegou um punhado de sar e consigo ela levou
Deixou o sar esparramado por todo lado que andou
Papai vem seguindo o sar e vem achar aonde estou
Justamente saiu certo como a suzana pensou
O preto era indecente em feio estado ele estava
Já fazia muito tempo que nas matas ele habitava
Qua roupa toda rasgada quase sem roupa se achava
Cabelo tava comprido as zunhas ele não cortava
Parecia fera bruta que nas montanhas morava
O preto disse a suzana eu sou de cor mais sou de raça
Você vai morar comigo e sem comer você não passa
Eu tenho o meu trabuco que meu matador de caça
Não pense em fugir de mim este papel você não faça
Se você tentar fugir ai você deita na fumaça
Pra suzana não fugir no colo dela ele deitou
Ai ele já pegou no sono e seu querido pai chegou
Pois o revolver no ouvido ai um tiro ele disparou
O preto tava dormindo como tava ele ficou
Tava com sono pesado e nunca mais ele acordou

Compositores: Adauto Ezequiel (Carreirinho), Lucio Rodrigues de Souza (Ze Carreiro)
ECAD: Obra #23275 Fonograma #836415

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