Um sujeito de modo arrogante Com um brilho estranho nas vistas Arranhando o nosso idioma, chegou numa cidade paulista Entrou na churrascaria Feito galo jogando a crista Foi dizendo para o proprietário Passei sua tropa em revista Esta loira bonita do caixa Será minha primeira conquista
Se julgando um grande machão Foi falando de um jeito brutal Vai dizer para a loira bonita Que eu nunca vi mulher igual Quero pegar o corpinho dela E beijar do começo ao final Vou fazer igual boi barbatão Quando encontra no carrascal O cocho que tem na madeira Só o cheiro e o gosto do sal
Nisso o dono da churrascaria Foi dizendo espere um momento Entrou no seu escritório Logo veio em passos lentos Empunhando um trinta e oito E mostrando um documento Esta loira é minha esposa Veja a certidão de casamento Vai fazer tudo o que eu mandar Ou levar muito metal cinzento
Beijando o trinta e oito Gemendo e de joelhos no chão Passou a noite lambendo O assoalho do grande salão Levando uma chuva de tapas Cada vez que pedia perdão Apanhou que nem vaca na horta Foi jogado pra lá do portão Saiu andando encolhido Nunca mais pôde ser garanhão
Compositores: Joao Benedito Urbano (Tiao do Carro), Jesus Belmiro Mariano (Jesus Belmiro) ECAD: Obra #110060 Fonograma #32871