Pra defender uma preta Fiz um processo bonito No andamento final Já perto do veredicto O juiz me advertiu Dizendo achar esquisito O promotor denunciava Dizendo que admirava Por que eu tanto mimava Quem cometera um delito
Meretíssimo juiz Faça o que a lei disser A preta deste banquinho Não é uma preta qualquer Está na mão da justiça Para o que der e vier Perante a lei dos homens Me ensinou honrar o nome Ela matou minha fome E eu mamei nesta mulher
Aos senhores da justiça Eu imploro caridade Ela é minha mãe de leite Ponha ela em liberdade Aos senhores da justiça Eu imploro caridade Ela é minha mãe de leite Ponha ela em liberdade
Do chão do mundo esta preta Com carinho me catou Os seus braços foi meu berço Quantas vezes me embalou Desde os meus primeiros passos Foi ela quem me ensinou Hoje é seu julgamento É grande seu sofrimento Por isso neste momento Pra defendê-la estou
Primeira vez que um juiz Se encontrou embaraçado O mundo dá muita volta Foi dizendo emocionado Encerrado a audiência Promotor e advogado Eu também perdi na vida Minha mãezinha querida É um peso e duas medidas Eu também fui adotado
Aos senhores da justiça Eu imploro caridade Ela é minha mãe de leite Ponha ela em liberdade Aos senhores da justiça Eu imploro caridade Ela é minha mãe de leite Ponha ela em liberdade
Compositores: Celso de Jesus Morais, Helder Martins Carvalho ECAD: Obra #5664132 Fonograma #11471252