Soldados armados em grande batalha Cobriam de sangue a terra alemã Ali onde a morte era trunfo e vitória Raiava mais uma sangrenta manhã
Seguiram as buscas ao grande inimigo Soldados formados por um batalhão E quando invadiam a velha ruína Saiu um menino com as mãos para cima Pedindo clemência e chamando atenção
Senhores soldados eu peço clemência Me poupem a vida em nome de Deus Eu sou uma vida que está começando Talvez salve ainda um filho dos seus
Meus pais e parentes também já morreram Não há mais ninguém que me possa valer Eu não tenho culpa se houve essa guerra Nem que seja contra as leis de sua terra Pelo amor de Deus me deixem viver
E quando os soldados já estavam na mira Ouviram a voz do senhor capitão Vou dar-lhe um teste, uma chance de vida Somente por sorte terá salvação
Não sabes que tenho um olho de vidro Herança que a guerra também me deixou Será o esquerdo ou será o direito? Pois esse transplante foi quase perfeito Que há mais de dez anos ninguém reparou
O pobre menino chorando assustado Fitando o olhar do senhor capitão Em meio a seu pranto falou a sorrir Nem mesmo a ciência engana um cristão
Vou dar-lhe a resposta com toda a certeza Entrego-lhe a vida se acaso eu errar Seu olho direito é o de verdade Que mostra um pouco de amor e piedade Que o olho de vidro não pode mostrar
Compositores: Jose Rodrigues de Carvalho (Valderi), Manoel Adao da Silva (Manoelito Nunes), Jose Ferreira Batista (J. Batista) ECAD: Obra #21884 Fonograma #922893