Ciente das agulhas e como vão queimar Em grupos ou avulsas elas não vão penetrar Sozinho sob a escama, sem fuga ou proteção Elas que me atravessem e atinjam esse chão (só que eu não!)
Entre a cama e as marcas, num estéril jardim Eu broto entre pedras e anti-floresço assim Nem lebre nem serpente, mas plena exclusão Marco minha presença promovendo esta implosão
E para me cavar sorrisos, Enfaixe-me o rosto, abra-me pro espanto, trate-me melhor.
Semeie suas crenças pra bem longe daqui Minha religião é o Cristo torto de Dalí Não vejo meu futuro no credo em batalhar Enquanto elas perfuram, eu só sei não ter lugar
Desejo as belezas com asco e distância Esgarço como posso o que já se construiu O que move esse mundo são alegrias vis Novos sorrisos velhos desbotando o seu verniz
Não venha me consolar. Entendi o mundo no dia em que batizei um cachorro.
Nem alvo nem a flecha, nem amante nem suicida Mas tolo irracional apaixonado pela vida Mesmo prostrado aqui, entre o nada e o ser, Minha razão escolhe se prender ao que é meu
Não vejo ao quê me integrar Sou apenas rochas rasgando o seu melhor esforço
Ciente destas marcas e como vão queimar Em grupos ou em crenças elas não vão penetrar Nem lebre nem beleza, mas plena exclusão Marco minha distância promovendo distorção
E quanto às minhas portas vis, Me puseram na agulha, mas eu votei pela culatra.
Eu voltei, eu voltei, eu voltei, eu voltei, eu voltei, É eu voltei, eu voltei, eu voltei, eu voltei, eu voltei!