Tom Drummond
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Samba em Desalento

Tom Drummond


Eu vivo atriz num espetáculo de riso e alegria que se anuncia
Sigo a me valer de toda essa euforia que irradia

Certeza que deixa a vida
Rica em magia, cheia de paz

Tanta paz, vasta em mim, nada mais que sou
Vai mudar, me ditar e é assim que eu vou

Todo amor que o tempo traz, lhe dão
Eu passo adiante a inconclusão


Eu fugi de casa tão pequeno
E bem menor foi o que deixei de comoção
A infância foi movida a brincadeira
Especialmente a de polícia e ladrão

Sei o meu papel e o meu lado
Não quero ajuda, uma desculpa ou perdão
Só sei que vou vivendo cada dia
E algum dia, uma triste conclusão

Refrão

Eu que tenho as pernas tão ciganas
Todo amor meu caminha pouco e se desfaz
Nasci com o carinho da família
O meu padrasto deu carinho até demais

Eu só sei vender o meu vazio
Passo adiante o que eu tenho para vender
Não vejo um legado ou herança
Tantos herdeiros que ficaram por nascer

Refrão

Venho de família abastada
Mas da mesmice, eu decidi me esvaziar
Agora vivo grandes aventuras
Em poucas horas, o efeito vai passar

Eu venho repetindo a mesma dose
Eu fumo, uso, bebo e cheiro o meu fim
Eu mando um abraço pra família
Não volto a eles sem saber voltar pra mim

Refrão

Eu venho de uma vida desprezada
Pela arrogância de imortal me acreditar
Se cada dia alguém dá adeus a vida
A minha sorte quis meu dia adiantar

Me move a desgastada esperança
Mas já gestante do que deve me cessar
Eu sigo na contagem regressiva
Já convencida, em breve deixo de contar

A cada nota
Essa alegria encenada
Dá vez a mágoa acanhada
Que é tão mais presente em meu viver

Disseram que quem canta os seus males espanta
Mas é tamanha a dor que em mim desponta
Sei cantar melhor o meu sofrer


Eu vivo a tris...
...teza que deixa...
...nada mais que so...
...lidão

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