Era um cidadão comum Como esses que se vê na rua. Falava de negócios, ria, Via show de mulher nua. Vivia o dia e não o sol, A noite e não a lua.
Acordava sempre cedo, Era um passarinho urbano. Embarcava no metrô, O nosso metropolitano. Era um homem de bons modos: "Com licença", "Foi engano".
Era feito aquela gente Honesta, boa e comovida. Que caminha para a morte, Pensando em vencer na vida
Era feito aquela gente Honesta, boa e comovida. Que tem no fim da tarde A sensação da missão cumprida.
Acreditava em Deus E em outras coisas invisíveis. Dizia sempre "sim" Aos seus senhores infalíveis. Pois é, tendo dinheiro, Não há coisas impossíveis.
Mas o anjo do Senhor, Do qual nos fala o livro santo, Desceu do céu pra uma cerveja Junto dele no seu canto. E a morte o carregou Feito um pacote no seu manto.
Era feito aquela gente Honesta, boa e comovida. Que caminha para a morte, Pensando em vencer na vida
Era feito aquela gente Honesta, boa e comovida. Que tem no fim da tarde A sensação da missão cumprida.
Compositores: Antonio Carlos Belchior (Belchior), Antonio Pecci Filho (Toquinho) ECAD: Obra #41192 Fonograma #262625