Tormenta
Se ouve, forte no Sul o sopro do Minuano
E a escuridĂŁo anunciando como num chasque a fronteira
Num rumo de bolhadeira vim rumando do Uruguai
Trovejando um sapucai, a Trupilha da Tormenta
As nuvens negras esponcharam o céu azul
Os ponchos largos mudam e defendem ancas
Um breu reiunu matou a sede dos campos
E o rinveste suas forças na barranca
O vento forte faz rebuliço na terra
Este prenuncio de um matchaço temporal
O guaranabo agĂĽenta firme o tirrĂŁo
E merecia esse termo em um ritual
E caem raios volhadores como o potro
Nas ses Marias na invernada de Sepé
Chapéus caseiros se moldam pra defender
Carona e basto do que está para acontecer
E o gado berra se amedrontando do tempo
Contos de mate e bate casco de cavalo
E o pensamento vaga livre nas lonjuras
Que venha a chuva e renove o pasto ralo
Como num grito vem o tropéu do aguaceiro
As nuvens bravas se abrirĂŁo que nem porteiras
O pasto verde se tornou todo encarnado
O lamaçau que tomou conta do banhado
E a calmaria volta e novo pras quadras
Da invernada grande do velho patrĂŁo
O rio mais calmo vem de volta para a caixa
E a espora busca a volta do garrĂŁo
E caem raios volhadores como o potro
Nas ses Marias na invernada de Sepé
Chapéus caseiros se moldam pra defender
Carona e basto do que está para acontecer
E o gado berra se amedrontando do tempo
Contos de mate e bate casco de cavalo
E o pensamento vaga livre nas lonjuras
Que venha a chuva e renove o pasto ralo
E renove o pasto ralo
E renove o pasto ralo !!
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