Tribo da Periferia

A Noite

Tribo da Periferia


E na favela o sol vai ensanguentando o horizonte
Com o frio, com a lua vem a noite
Vem de onde, vem o som do escuro
O brilho das estrelas
Que a rua clareia pode crê é sexta-feira
A brisa forte incendeia a brasa na fogueira
Desce, sobe a fumaça
Abaixa aí olha lá o bingão vem o pânico também
Qual que é, que, que tem sou do bem
Cê tem que fingir que é louco
Mesmo sendo louco então, muito sábio já riscou
O dezesseis na detenção
Se piscar na noitada o tempo passa aí jhow
Era de violência muito Rap, muito Soul, muito Black do tempo de moleque
Quem se esquece futebol na terra seca Eazy-E
No duplo deck
Caralho o tempo voa né não
O dia passa as lembranças batem mais forte
Então, daqui eu vejo mais um dia se perder no horizonte
Dando espaço as promessas de hoje à noite

A noite vem
Vem com muita adrenalina
A noite vem
Vem mistérios pairam no ar
A noite vem
Vem com muita adrenalina
A noite vem
Vem mistérios no ar

Hei mãe noite a senhora hoje tá linda, hein
Seduz minha quebrada e faz todos de refém
Eu também sou do sereno, eu sou da luz do luar
Sou da brisa e tô na fita
A noite vem como ar de adrenalina
Véi é muita aventura viver na periferia
Só quem sabe, é quem vive aqui que sente na pele
Que o espinho que tu fere é que vai te ferir
Hei cara o tempo não para
A lua me namora no ventre da madrugada
Eu vou, vou caminhando no asfalto umedecido
A canção do relento de um inverno esquecido por todos
O frio da garoa me aquece a lombra que era forte enfraquece
A "bura" vira a esquina e desce
Quem tem chance é bom correr, quem não tem esquece

Ó os "gambé"
Ó os "gambé"
Paro paro, paro. Paro, paro, paro, paro polícia
Que, que tem nessa mochila?
Chega pra lá

A noite vem
Vem com muita adrenalina
A noite vem
Vem mistérios pairam no ar
A noite vem
Vem com muita adrenalina
A noite vem
Vem mistérios no ar

E continua os passos ecoando pela rua
O robum tá encharcado com as lágrimas da lua
Os sussurros da madruga até me chamam no escuro
Do peito dichavado na mão de mais um maluco
Pereguedin e pá hum deixa pra lá
De dolinha que dá dólar já vi muita mãe chorar
De esquina em esquina, de bar em bar
Carai deixa eu dormi que amanhã tem que trampar
Mais tarde eu tô soltam na ingratidão da noite
Bem vivão se Deus quiser e ele quer
Que nem hoje falou nossa mãe por favor não se esquece
Me livre dos perigos que a senhora oferece
Pois sou mais um dos seus amantes fieis
Seguro e confiante como a fé de Moises
Já da pra imagina to até vendo a neblina
Hoje a noite vem com muita adrenalina

A noite vem
Vem com muita adrenalina
A noite vem
Vem mistérios pairam no ar
A noite vem
Vem com muita adrenalina
A noite vem
Vem mistérios no ar
A noite vem
Vem com muita adrenalina
A noite vem
Vem mistérios pairam no ar
A noite vem
Vem com muita adrenalina
A noite vem
Vem mistérios no ar

Compositor: Luiz Fernando Correia da Silva
ECAD: Obra #20540814 Fonograma #21945133

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