("É noite, quem sabe minha última noite No fim da vida estou gravando esta mensagem Quem ouvir, por gentileza, pegue este gravador E leve às pressas pro meu bem lá em São Paulo Na avenida Angelina, lá na Vila Leonor
Se não achá-la, faço mais um pedido Porque sei que dentro em breve deixarei de existir Leve ao programa do Zé Russo ou do Geraldo Meirelles Vai lá lá com o Athos Campos pra ela ouvir
Conforme a hora, leve a Rádio Nacional A Record, a Tupi que é certa a sintonia Qualquer programa dos amigos de São Paulo Onde tocam os meus discos porque porque ela ouve todos os dias")
Estou morrendo, minha querida Longe de todos, longe do lar Esta canção é a despedida Que seu poeta escreve a chorar
Choro de mágoa e não de medo A minha hora sei que venceu Mas sinto tanto partir tão cedo Sem a ventura de um beijo seu
Deixo na terra meus sonhos loucos Para a ganância dos fariseus Enquanto a vida se esvai aos poucos Dentro da noite do meu cruel adeus
Ame-me ainda por uns dois anos Depois aceite o que lhe seduz Porque minha alma em outros planos Já socorrida busca Jesus
Adeus meu último amor desta terra Pra mim se encerra a vida carnal Eu sou uma forma de pensamento Que volta ao mundo espiritual
Compositores: Almir de Mello (Almir), Gerson Coutinho da Silva (Goia) ECAD: Obra #229089