Zé Guindote fazendeiro Tinha uma mula famosa Pulava que nem cabrito Dos peão tirava prosa Zé Guindote desafiou Que no lombo da briosa Quem montava e não caía Ele dava a sua filha Moça linda e formosa
Quando fui no outro dia A notícia espalhou Todo os peão da redondeza Pra montar se apresentou Todos queria ganhar Aquele anjo encantador Quem não caísse ganhava Os peão se encorajava Quando via aquela flor
O rodeio foi marcado E chegou o grande dia Todo os peão que amontava Os pulo não resistia Chegou o fim do rodeio A mula era quem vencia Mas veio de supetão Apareceu um peão Que ninguém conhecia
Era ainda moço novo Na verdade um rapazote Ele disse pra essa mula Vou tirar o seu fricote O povo acharam graça Não vai aguentar um pinote Embaixo de gozação Ele montou no mulão Cortou ela de chicote
A mula até bufava Pulava mesmo de fato O rapazinho estava Firme que nem carrapato Para aqueles que zombaram Ficou feio, ficou chato Ela deu uns trinta pulo E depois soltou um urro Deitou em cima do rastro
Saltou de cima da mula Disse pro pai da menina Não vim pra ganhar a moça Ser peão é minha sina Sua filha é muito linda É uma joia muito fina Me desculpe Zé Guindote Meu nome é rei do chicote Sou boiadeiro de Minas
Compositor: Oziel Guerra (Tuta) ECAD: Obra #24053191