eu ando na estrada cansando o cavalo botando sentido nas coisas que vejo de cima do arreio campeio meu rumo e aos poucos me aprumo por sobre os pelegos um trago de canha, um mate cevado e um sonho a "lo largo" no sul do pais buscando um sorriso alem da saudade aprendendo as verdades da vida que eu quis
eu sinto que a estrada me ensina aos pouquinhos e sigo sozinho, sem medo de ir vencendo distancias cruzando fronteiras encontro nas ancias razoes pra seguir eu trago a esperanca estampada na cara e guardo as lembrancas das coisas que fiz com raca e coragem eu topo a parada e aguento o repuxo firmando a raiz
ah! tristeza gaucha que trago no peito trancando essa historia com fibra e com jeito de quem sabe bem levantar quando cai... ah! a estrada e comprida e andar vale a pena pois quem busca sonhos de alma serena tocando pra frente sabe aonde vai
assim me sustento e tapeio o chapeu andando "a lo leu" nas voltas do pago descubro a querencia nos fundos de campo e canto o Rio Grande nos versos que faco ternura e silencio nas horas tranquilas destraza no braco pra quando e preciso a vida me leva conforme o seu tranco e assim me conduz mansamente em seus trilhos