Recebi um chasque faz algum tempo Vindo das bandas da Encruzilhada Por la teria uma egua tostada Solta no campo por ser aporreada E o seu dono, um rico estancieiro Pra um bom ginete dava uma invernada Se botasse as garras, subisse pra o lombo Domasse aquela potra endiabrada Eu sou ginete deste meu Rio Grande Nao acredito em alma penada Saltei no lombo do meu ppingo baio E fui a procura da egua famada
Cheguei na estancia era manha cedo O dia ainda estava clareando la no galpao junto ao pai-de-fogo A peonada estava chimarreando Pedi lincenca e me apresentei E a todos eles eu ja fui saudando Tomei uns mates e logo endaguei Pelo patrao que estava desafiando Ja apresentou-se um senhor sisudo Nao sou gaucho de andar inventando Se tens coragem pra o desafio Eu trago a tostada, vai se preparando
Ha muito custo de toda peonada Aquela tostada se foi pra mangueira Ja fui pealando e botando o bucal E abotoando naquela tronqueira Botei a xerga e agarrei a crina E ja montei no estilo da fronteira Olhei pro campo e prendi o grito Podem abrir no mais, essa porteira Saltou berrando, saiu corcoveando Mas nao ligo pra gueixa matreira Esta e mas uma como tantas outras Se eu nao amanso se vai pra graxeira
No outro dia eu voltei a estancia Fui esbarrando junto ao galpao Boleei a perna da egua tostada Deixei a redea caida no chao La da janela uma prenda faceira A flor mais linda daquele rincao me deu uma olhada e ascenou sorrindo Flor camponesa, filha do patrao Hoje eu resido em Encruzilhada Sou capataz da esntancia do Pontao Nao ando mais como gato em tapera E aquela prenda tem meu coracao
Compositores: Valter Antonio de Souza, Salvador Ferrando Lamberty, Vinicius Porto Ferreira ECAD: Obra #2359082 Fonograma #837970