ajeitei bem as chilenas firmei no garrao da bota risquei o chao da mangueira pra mostrar o quanto corta olhei pra os zoio do bicho parecia um fogareu e eu ja via sao pedro me abrindo as potas do ceu o capataz da estancia me falou meio sem jeito adelgaca mais um dia pra pegar tino e respeito mas gritei: forma cavalo pois chegou a tua hora hoje tu perde a cisma abaixo de mango e espora
pulei pra riba sem medo deste azedo e puava por cima eu deitava o reio por baixo a espora cortava salto fora da mangueira se jogou no alambrado quebrou palanque e porteira igual o capeta encilhado levando tudo por diante se mandando a campo fora sentindo a tala do mango e o cutuco da espora corcoveava se bandiando querendo me dar um tombo nao vai me tirar de cima nem que tu vire o lombo
meus asperossao de respeito tiro dum e boto noutro minhas garras foram feitas pra sovar lombo de potros e o que cai nas minhas maos se alinha a grito e acoiteira e depois me leva pra o rancho nas noites de borracheira
lavado de suor e sangue o maula nao se entregava trazia o diabo no couro de tando que corcoveava pois puxava cada pulo de sacudir a encilha e as chilenas nao davam tregua da paleta inte as virilhas corcoveou mais de uma legua da estancia ate o chapadao depois afroxou o lombo firmou os cascos no chao pois voltou a trotezito pedindo bencao pra o reio se negando nas macegas e se acostumando com o arreio
meus asperos...
Composição: Mario NĂȘne, Getulio Silva e Walther Morais