Sou peregrino na estrada/Eu quero a vida voltar Cicatrizando os caminhos/Renascer e plantar Sou peregrino na noite/Meu luar não se foi Muitos manos ficaram, nem tudo se foi E ficaram guardados atrás da porta/Meu fifó, meu cofo e a carabina Minha sina de ser um filho da terra/e viver pelo mundo que não é meu Ó Minas, miras bem para o resto da estrada de ferro Quantos braços cravaram tantos dormentes Para ouvir o trem na curva apitar/ E apitou e até nunca mais Carcará cantando na estrada asfaltada São os traços das eras chegadas pra quem duvidou Urubus no céu, no canto alguns tabaréus Resto de amor e respeito - eu tiro o chapéu Arde ao sol de janeiro, planícies montanhas Coivaras acesas de pés de umburanas, chapadas queimadas Peduros malhando nos licurizais Trilham meus pés catingueiros ardentes estradas Revejo algarobas juremas queimadas Topéis de saudades, sertões e sertões /Calumbis gravatás Vasta serrania cinzenta/Vai pensamento sonha Abre as porteiras da terra/Vai pensamento solta esse céu e traz a poesia para o meu cancioneiro Fico na estrada pisando a lembrança de tanta vivência Sentindo a ausência dos meus companheiros Que em tempo passados, pisaram na estrada e até nunca mais.
Compositor: Wilson Oliveira Aragao (Wilson Aragao) ECAD: Obra #1316536 Fonograma #877280