Vou "dá" uma olhada no tempo pra ver se a chuva amansou Pois anda o meu pensamento no fundo de um corredor Vai se achegando à porteira com ganas que eu bem queria E as léguas que eu venceria pra rever o meu amor
Fim de semana com chuva; te juro, ninguém merece Porque a paixão recrudesce e aperta o coração "Me repreendo", me inquieto e me paro incomodado Um liberto, enclausurado, prisioneiro no galpão
Mirei ao longe o horizonte. Vai demorar a estiada Fez tempo bom até ontem quando a festa foi marcada Pra um campeiro é tradição tiro de laço ou rodeio E até quem ia a passeio desistiu da empreitada
Fim de semana com chuva; te juro, ninguém merece Porque o índio não esquece o anseio do coração " Me repreendo, me inquieto" . Perdi a festa campeira " Me restou a fumaceira". Prisioneiro no galpão
A chuva forte é resmungo. Uníssono estado d'alma Que até pra ir a um surungo há que se pensar com calma A bota, o chapéu encharca e o que o poncho cobria Tem cheiro de montaria e a cor das rédeas nas palmas
Fim de semana com chuva; te juro, ninguém merece E o sonho se desvanece, bate triste o coração " Me repreendo, me inquieto" . Restou a noite em milonga E a incerteza que assombra um prisioneiro no galpão
Até pra passear com a prenda, numa volta pelo povo Me distanciar da fazenda e cevar um mate novo A chuva faz atrapalho, melhor é ficar em casa Só o pensamento tem asas, pois daqui não me removo
Fim de semana com chuva; te juro, ninguém merece Nem que o taura faça prece pra acalmar o coração "Me repreendo, me inquieto". Queria matear na praça Fiquei como tralhas ou traças, prisioneiro no galpão
Compositores: Wilson Eduardo Oliveira Paim (Wilson Paim), Rogerio Ramos dos Santos ECAD: Obra #9186762 Fonograma #6243477