Quero ir na minha terra Quero matar a saudade Quero ver o que eu não vejo Aqui dentro da cidade Quero demorar bastante Ficar lá o mês inteiro Quero fazer toda a lida Que eu fazia de primeiro Quero domar potro xucro Que há muito tempo eu não domo Tomar um mate a meu gosto Que há muito tempo eu não tomo
“Comer as frutas silvestres Da mata da minha estância Plantada por mão do mestre Que comi na minha infância Eu quero fazer de tudo Se der certo o que eu desejo Eu quero encerrar as vacas Tirar leite, fazer queijos Fazer um laço de doze Se esparramar no espaço E serrar nas guampas de um bicho Pra mostrar que braço é braço”
Quero camperear bastante No lombo de bons cavalos E carpir bastante de enxada Para as mãos criarem calo Arrastar pipa de água Na cincha do meu petiço Para lembrar minha infância E o meu primeiro serviço Quero arranjar um gaiteiro E fazer um baile animado E provar que sou herdeiro Da herança do passado
Lavrar terra sem trator Pegar no rabo do arado Pra bem da musculatura Cortar lenha de machado E levar um retratista Pra bater fotografia E provar pros meus amigos De tudo que eu lá fazia Vou fazer acreditar Quem nunca me acreditou E outros ficarão sabendo Quem eu era e quem eu sou
Compositores: Leovegildo Jose de Freitas (Gildo de Freitas), Carlos Arlindo de Moraes Pereira ECAD: Obra #212195 Fonograma #15576