No quintal dos europeus foi que o lixo floresceu Velho sangue misturado, cabelo loiro enrolado Quinhentos anos de cultura, de massa miscigenada Brigando a todo dia por um bilhete de entrada De barraco pra mansão tem muita coisa errada No cair da madrugada, jogados numa calçada Uns de terno e de gravata tomam conta da razão Tirando dos extratos sua própria comissão
Cidade violência, samba imaginação [2x]
Os meninos da escola esperam o toque do sinal O colégio tem sirene, mais parece uma prisão Na hora do recreio saem todos apressados Por um prato de macarrão oferecido pelo Estado 'Playboyzada' zona sul pega um 'paper' por ali Por um tanto de ração eles convivem entre si Eu vejo o ódio nos olhos da meninada Quando vê a cachorrada subir o morro de carrão É o poder de grandes grupos contra os pobres pequenos Que jogam seus trocados e cada vez têm menos Sonhando com o carrão e com a televisão Fazendo um improviso, levantando o barracão Na horário da novela todos os homens são iguais Nivelados bem por baixo, sem cultura e educação Sem falar na putaria, roubalheira escancarada Pobreza de diálogo e falta de informação
Cidade violência,samba imaginação [2x]
Foi, foi, foi pego com a camisa do Flamengo E botado na linha do gol Todos sabem quanto custa uma geral Porrada de 'fardado' no cordão de isolamento Milionário, favelado, 'playboyzinho', viciado Rastafari, taxista, 'um doisinho', indiciado No meio do tumulto todo mundo é igual Igual, igual, igual de pensamento...
Cidade violência, samba imaginação [4x]
Compositor: Wilson Sideral da Silveira Oliveira Filho ECAD: Obra #2087470