Ô nega linda, dê cá os meus documento Se atrepe em meu jumento mode a gente flauteá Se avexe, nega, cuidado c’a sua saia Enganxe as perna na cangaia pra ninguém tê o que espiá Vamo pro norte, namorá em Parnaíba, depois a gente arriba E vai dormí em Quipapá De Mossoró, depois que eu fô no mato, Nós se beija e vai pro Crato e faz um neguin por lá
Nega bonita do cabelo de escapole Ocê sabe que eu sou mole, que eu vou me apaixoná Vamo simbora que ainda é muito cedo, Eu quero passá em Penedo prum neguin encomendá Campina Grande, Itabaiana e Codó, No sertão do Bodocó nós vai chegá no fim do mês Em Itabuna eu vou comprá um caçuá que é pra mió acomodá Os três neguin que a gente fez
Nega cheirosa, coração de saltimbanco Desapeie de seu tamanco, eu num quero mais passeá Já andamo muito, corremo o sertão inteiro Quase te matei de cheiro de tanto sem-vergonhá Inda sou moço, demoro a ficar caduco Mas já tô quase maluco com esses pra lá e pra cá Esse negoço de viajá num dá certo Dacá pouco nós tem perto de dez neguin pra criá
Ô nega bela, boa da gota serena Nega sapeca que mora em meu pensamento Nega dengosa, ocê sabe eu num agüento Dez neguin é muito nego presse nego véi cria Nega danada, convém que nós se aquiete De neguin, já contei sete fora esse que no bucho tá
Compositor: Francisco Jose Bizerra de Carvalho (Xico Bizerra) ECAD: Obra #882138