Xico Bizerra
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Poço de Solidão

Xico Bizerra


De tanto não te ver eu sou poço de solidão,
Poço de solidão eu sou de tanto não te ver,
Enlouqueci, fiquei ‘doidim’, perdi o tino,
Virei menino, sem querer,
Enlouqueci, fiquei ‘doidim’, perdi o tino,
Virei menino, sem querer

Quem sabe um dia acabe o meu chororô,
Vá-se embora minha dor,
Esse sofrer não tenha mais,
E o meu peito, com fartura de saudade,
Conheça a felicidade,
Consiga viver em paz

De tanto não te ver eu sou poço de solidão,
Poço de solidão eu sou de tanto não te ver,
Enlouqueci, fiquei ‘doidim’, perdi o tino,
Virei menino, sem querer,
Enlouqueci, fiquei ‘doidim’, perdi o tino,
Virei menino, sem querer,

A minha boca tá que nem fruta madura,
Sabiá tu és, me cura,
Vê se acaba a minha dor,
Vem beliscar, tirar um taco desse eu,
Morder o que nunca mordeu,
Se enfeitiçar com meu sabor

Pr’eu versejar que nem faz o maciel,
Pr’eu poder olhar pro céu,
Prá cada estrela que tem lá,
Pr’eu solfejar um xote lindo de dali,
Ir violando por aqui,
Poetando por acolá

Compositor: Francisco Jose Bizerra de Carvalho (Xico Bizerra)
ECAD: Obra #1060368

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