Sou a casca da bala do fuzil de lampião Uma conta do rosário em que rezou frei damião Sou o barro que escorria pelas mãos de vitalino Eu sou nordestino, sou dessa nação Sou o pé de pau que deu o cajado a conselheiro Palavra que patativa transformava em verso inteiro Sou o eco do aboio no cantar de marcolino Eu sou nordestino, sou dessa nação Sou da terra do vaqueiro, cantador Violeiro, embolador, beatas e rezadeiras Do arraial dos poetas sonhadores Que enxergam os seus amores pra cantar uma canção Do sertão em que a lua é mais bonita Porque a gente acredita na grandeza do perdão Onde todos são romeiros do destino Têm coração de menino, nordestino, eu sou nação Sou o fiapo da batina do padim ciço romão Poeira do pé-de-serra que pariu o gonzagão Na poesia de aderaldo sou um verso clandestino Eu sou nordestino, sou dessa nação Sou a linha das rendeiras, sou a corda da viola Sou águas do pajeú, sou fogueira, bandeirola, Sou o som de u'a sanfona, sou um terreiro junino Eu sou nordestino, sou dessa nação
Compositor: Francisco Jose Bizerra de Carvalho (Xico Bizerra) ECAD: Obra #1532659 Fonograma #1564391