Quando eu tocava em bolicho pra "indiada" lá da campanha foi virando num capricho, não sobrou mais nem pra canha mas sempre fui "negô" macho, resolvido e bem bagual dei de mão na oito baixo e me bandeei pra capital me entreverei na cidade grudado na profissão quase morto de saudade das coisas do meu rincão deixei minha china pampeana que amo muito e quero bem pra fazer sobrar uma grana pra voltar o mês que vem.
Me vim pra cidade a rebuscar uns cobres sou um "nêgo" pobre mas tenho capricho deixei meus amigos e as festas de lado que o muito obrigado não paga bolicho.
Deixei meu cavalo baio que sonho com seu relincho conhecedor dos atalhos quando eu ia pros bochincho meu cachorrinho de caça, que nem dormindo sossega cuidador dasd minhas cachaças que eu guardava nas macegas fiquei ali bem distante das crianças e da mulher tocando nos restaurantes a troco do tal "couver" dormindo só na carona, comendo meio tentiado grudado na minha cordeona pra fazer sobrar uns trocados.
Depois de uns tempos passado já não tava tão na pua tinha juntado uns trocados mandei tudo pra chirua sempre no mesmo compasso, fiquei mais quatro semanas depois me mandei pros braços da minha chinoca pampeana bonito foi a chegada, distante sessenta dias, o banzé da gurizada e a minha china estremecia, o meu baio relinchava vê como um bicho se assanha o cusquinho farejava na minha guampa de canha.
Compositor: Pedro dos Santos Bica (Pedro Bica) ECAD: Obra #504454 Fonograma #987632