Xirú Missioneiro
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Surungo de Rabo Atado

Xirú Missioneiro


Eu sou dos tempo dos baile dos rabo atado
E quem bailava sapateado era o dono do salão
Num redemoinho de china venta rasgada
Que varava a madrugada alopiando um vanerão
Naqueles tempo de gaita de duas elheiras
Se gorpiava a noite inteira nas garras do tocador
Baiongo xucro da moda veia monarca
Igual chulapa de vaca na vorta de um corredor

Ainda me lembro do meu primeiro cambicho
A gente guasqueava um xixo quando um xote desatava
Surungo macho daqueles de rabo atado
De chão socado com cinza e bosta de vaca

Baile cuiudo dum lampião clareando a sala
Porta furada de bala, rancho riscado da adaga
China gaúcha que baila e faz um gritedo
E um xirú que não tem medo da velha São Luiz Gonzaga
Lá no meu pago ainda está do mesmo jeito
Tem fandango de respeito e chinaredo de primeira
Eu sou de agora, mas revivo antigamente
E fiquei como semente desta pampa missioneira

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