Sou caboclo forte, não sou prematuro Tenho sangue puro e o cheiro da terra Moro num recanto entre os passarinhos Num farto ranchinho na encosta da serra
Bebo água que nasce por entre as colinas Pura e cristalina que dispensa cloro Tenho uma cabrocha, formosa pequena Cheirosa açucena flor que mais adoro
Quando é madrugada o misterioso galo Num clima de embalo canta matinal E a passarada em ternos gorjeios Fazem seus recreios num tom magistral
Desperto contente, contemplo as belezas Todas a purezas que o Cristo criou É um cenário eterno, obra sem igual Que o Rei celestial o abençoou
Não tenho medalhas, troféus e diplomas Não vivo de somas e tais fantasias Minha galeria é uma tuia cheia Para a santa ceia de todos os dias
Meu ventilador é a brisa mansa E me traz de bonança o aroma das flores Meu televisor é as lindas campinas Que produz divinas imagens a cores
Aqui levo a vida às mil maravilhas Longe das guerrilhas e dos fariseus Não tenho um dólar, nem libra esterlina Mas tenho a divina proteção de Deus
E de forma alguma nunca fui manchete Isto só compete a certas figuras Mas tenho em minha alma o amor, o bom senso Adoro o silêncio e as coisas mais puras
Compositores: Areovaldo Batista da Silva (Zaza Brasil), Joao Fernandes dos Santos (Joao do Pinho) ECAD: Obra #230540