Você fugiu como o verão foge do outono Deixando em mim o triste inverno da saudade E abraçado a solidão estou vivendo Sem rumo certo, sem espera e sem verdade
O que adianta a lua cheia atrás dos montes Pra quem não sabe a natureza contemplar O que adiante viver hoje se foi ontem Eu vi o mundo do meu mundo acabar
O que adianta contemplar os campos verdes Se o verde do meu peito já secou O que adianta aguardar pelo futuro Se o barquinho do passado no presente naufragou
Só acha belo o alvorecer da primavera Quem traz no peito rosas com felicidade Só vê pureza na ternura de uma fonte Olhos que nunca viram a dor da falsidade
Só vem a brisa acariciar-me docemente Rosto que teve muitos beijos maternais Só usa frase de amor e de carinho Quem nunca ouviu o triste adeus do nunca mais
O que adianta contemplar os campos verdes Se o verde do meu peito já secou O que adianta aguardar pelo futuro Se o barquinho do passado no presente naufragou
Compositores: Joao Benedito Urbano (Tiao do Carro), Jose Fortuna (Ze Fortuna) ECAD: Obra #29539