Um dia desses passado Por aí correu boato Dois violeiros malcriado Me fizeram um desacato Meu colega de confiança Veio me explicar o fato Ouvi de cabeça baixa Toda ofensa e maltrato Tudo que vem lá de baixo Cá de cima é que eu rebato
Virei um leão ferido Vou deixar de ser pacato Minha resposta é pesada E vai no momento exato Eu não quero nem saber Quem pisou no pé do pato Sou mineiro e não sou queijo Pra andar na boca de rato Quem não tem medo de onça Não pode fugir do gato
Meu nome é Pedra Noventa Respondo pelos meus atos Não estou lá nas alturas Nem por baixo do sapato Por cima de mim só Deus Depois avião a jato Minha fama vendo caro Não posso vender barato Eu não vou dar asa a cobra Nem moleza pra gaiato
Violeiro malcriado É deste jeito que eu trato Igualzinho um burro xucro Eu mesmo amarro e desato Pôr o bicho no palanque É meu primeiro contato Eu corto ele na espora E no vão da orelha eu bato Eu quebro queixo de burro Só machuco, mas não mato
Conheço esses dois sujeitos Apenas pelo retrato São dois caras desnotado Não são preto e nem mulato Cor de burro quando foge E se enfia pelo mato No meio do carrapicho Banquete de carrapato Quem sempre comeu no coxo Não pode comer no prato
Compositores: Lourival dos Santos (Lourival Santos), Jose Dias Nunes (Tiao Carreiro), Moacyr dos Santos ECAD: Obra #22597 Fonograma #115435