Seu Otacílio Machado com seu caminhão gigante Foi fazer uma viagem de Uberaba a Bandeirantes Era um caminhão de pinga para um forte comerciante Resolveu sair de noite que a viagem era distante
O céu estava nublado tinha chovido bastante Relampeava e trovejava, ele firmou no volante Deu uma chuva muito forte, mas parou em um instante Estrelas no céu brilhavam como pedras de diamante
Trinta pipotes de pinga e a carga estava pesada Já tinha cortado o chão e a noite era avançada O caminhão encalhou no lugar de uma baixada Viu que não saía mesmo resolveu pousar na estrada
Bem antes do amanhecer quatro homens com enxada Iam indo pra lavoura por ali de madrugada Chegaram e cumprimentaram e fizeram uma parada Todos alegres e contentes, mostraram ser camarada
Os homens se ofereceram, podemos dar uma mão Seu Otacílio aceitou porque era precisão No prazo de meia hora desencalhou o caminhão Seu Otacílio Machado cheio de satisfação
Bateu a mão na carteira pra dar gratificação Não aceitaram e disseram, vá em frente meu irmão Então vou lhes dar uma pinga, dê-me aqui seu garrafão Encheu um garrafão de pinga e ainda tomaram um canecão
Cada um deles beberam um canecão reforçado Acabaram de beber já sentiram atordoados Saíram cambaleando, cada qual caiu de um lado Ali mesmo eles morreram todos quatro envenenados
O pobre do Otacílio foi chamar o delegado Abriram aquele pipote e ficaram abismados Um enorme urutu no fundo estava enrolado Mais de ano que esse bicho ali foi depositado