Seu Juarez Bernardino Um fazendeiro afamado Criou um filho sem mãe Que encontrou abandonado Dizia para o menino Vai ser depois de erado Jagunço de confiança Pra guardar o meu costado Amor é pra gente fraca Eu mando e você ataca Quem não for do meu agrado
Criou conhecendo ódio Sem conhecer a justiça Sem coragem pro trabalho Matava sem ter preguiça E era bem mais traiçoeiro Que areia movediça O fazendeiro dizia Comigo ninguém inguiça Se alguém lhe desagradava Pro bandido ele apontava E o coitado era carniça
Dizem que o avarento É como saco furado O homem já milionário Quase dono do estado Mas queria a fazenda De um sujeito endinheirado Pra conseguir sem trabalho Ele estava acostumado Deu dez conto ao cangaceiro Disse, vai ter mais dinheiro Se consumir o Fajado
O seu Fajado estava Na maior tranquilidade Quando chegou o bandido Carregado de maldade Dizendo, vim lhe matar Mas não é por vaidade É o que o meu padrinho quer A fazenda Piedade E pra lhe juntar os pés Me deu dez conto de réis Pode rezar a vontade
O seu Fajado tremeu Mas pensou com precisão Esse homem por dinheiro Ele mata o próprio irmão Disse, lhe dou mais cinquenta Pra ir matar seu patrão Mas terá o pagamento Depois dele no caixão Ele era mesmo mesquinho Pois foi matar seu padrinho Sem nenhuma compaixão
Quem cria um urutu, ai Por mais que seja domada, ai, ai Que seja cedo ou mais tarde Acaba sendo picado, ai, ai, ai, ai
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositor: Jose das Dores Fernandes (Ze Mulato) ECAD: Obra #3210310 Fonograma #853771